É uma das melhores coisas para se fazer num feriado

Folha de S.Paulo – Cotidiano
15 de novembro de 2012

VANESSA BARBARA
COLUNISTA DA FOLHA

Houve um ano em que tive uma crise de labirintite em plena sexta-feira de Carnaval – todo mundo pegando a estrada e fazendo planos enquanto eu tomava Buscopan Composto e ia dormir às 9 da noite.

Impossibilitada de viajar e de me entregar a atividades mais vigorosas como nadar, sapatear e andar de bicicleta, arquitetei um feriado só de cinema e sorvete, que cumpri à risca.

É uma das melhores coisas para se fazer em São Paulo quando quase todo mundo vai embora: nos próximos dias, os cinemas estarão mais tranquilos e as ruas, desertas.

Uma das sugestões é reeditar corajosamente a 36ª Mostra, que terminou há duas semanas e tem alguns de seus destaques no circuito: os dois melhores são “Um Alguém Apaixonado”, do iraniano Abbas Kiarostami, que estreou nesta semana no Reserva Cultural, e “Frankenweenie”, animação de Tim Burton que fechou a Mostra e está em exibição em mais de 30 cinemas.

Há também o polêmico “Laurence Anyways”, sobre um sujeito que anuncia à namorada que pretende mudar de sexo, e “Era Uma Vez Eu, Verônica”, do pernambucano Marcelo Gomes.

Na esfera hollywoodiana, as indicações são “Argo”, drama de Ben Affleck com o protagonista da série “Breaking Bad”, e “007: Operação Skyfall”, um dos melhores filmes da franquia desde que Sean Connery aposentou suas ventosas de escalada e seu snorkel com gaivota acoplada.

COCHILO CARO

Muitos desses títulos podem ser vistos em grande estilo numa das 18 salas de cinema de luxo dos shoppings Cidade Jardim, Tamboré, Vila Olímpia, Pátio Paulista, Iguatemi Alphaville e JK Iguatemi. Lá, as poltronas são reclináveis, com apoio para os pés, e há serviço de garçom dentro da sala.

Pode-se assistir a um “blockbuster” tomando champanhe e degustando canapés de salmão, ou, na eventualidade de um cochilo, será a soneca mais cara da sua vida: o preço médio dos ingressos é de R$ 50.

Se o orçamento estiver apertado e o sofá, irresistível, o jeito é dirigir-se a uma das melhores videolocadoras da cidade, a HM Home Vídeo (praça Vilaboim, 20, e rua Marquês de Itu, 1.018), onde o Átila e a Magali podem dar uma indicação de filme por dia, até a labirintite passar.