O que aprendi com Bob Esponja

Postado em: 3rd outubro 2010 por Vanessa Barbara em Crônicas, Folha de S. Paulo, TV
Tags: ,

No próximo dia 10/10/10, sábado, às 10h10, uma horda de bailarinos, coreógrafos e patinadores estará no Parque das Bicicletas, em Moema, para homenagear o super-herói Ben 10. O evento da Cartoon Network marcará a estreia da terceira temporada do desenho – em que um garoto ganha um relógio de pulso que se funde ao seu DNA e o permite transformar-se em dez mil espécies diferentes de alienígenas.

Sem nada deverem aos clássicos, os desenhos infantis da nova safra nos trazem inúmeras lições. O mais popular deles, “Bob Esponja Calça Quadrada” (Globo e Nickelodeon), já passou da sétima temporada e alcançou 7,7 milhões de espectadores num só episódio. O morador mais famoso da Fenda do Bikíni, amigo de Lula Molusco e residente num abacaxi laranja de dois quartos, ensina que não se deve tomar sundae de amendoim com cebola para não ficar com bafo.

Entre outras coisas.

Num viés mais educativo, a TV Cultura também faz sua contribuição para o público que ainda mastiga a própria mão: um dos programas mais premiados é “O Mundo Redondo de Olie”, sobre um robô-criança amarelo e roliço. Outros são “Cocoricó”, “Doug”, “Zoboomafoo” (um lêmure falante), “Shaun, o Carneiro” (animação muda) e “Pingu” (falada em pinguinês).

Porém, os maiores sucessos na faixa pré-penico são os musicais “Hi-5” e “Backyardigans”, veiculados pelo Discovery Kids, que ensinam cores, números e a fisiologia dos ominhocos.

Há desenhos infantis para todos os gostos: alguns, como “Clifford, o Gigante Cão Vermelho”, ensinam as crianças a serem amigas e responsáveis, mas nada dispõem sobre caninos mutantes de cor rubra. Outros, como “A Vaca e o Frango”, ensinam a andar de bunda no chão e comprar avós adicionais no mercado de parentes usados.

“Pocoyo” foi concebido para fins puramente pedagógicos, enquanto “Animaniacs”, nem tanto. (Wakko Warner costuma promover um finíssimo recital de música clássica nas axilas.) Se “Peixonauta” é ecologicamente correto, o velho “Tom e Jerry” preconiza a vingança e o hipertabagismo.

Enfim, alguma coisa sempre dá pra aprender com os desenhos. Nem que seja obedecer sem reservas à coreografia de um dinossauro púrpura de 2 metros de altura que tem culotes e dança.